sexta-feira, 16 de abril de 2010

UMA CONFISSÃO...

Num mundo onde não somos vilões ou mocinhos; onde para alguns somos movidos pelas pulsões e para outros somos o fruto apenas das nossas próprias escolhas. Onde há os que acreditam que somos Édipos trágicos, num mundo fatalista, tentando fugir do nosso destino, sem conseguir. Ou simplesmente Hamlets, lânguidos, divididos entre “o ser e o não ser?” A eterna pergunta em aberto, como ferida, que se traduz na metáfora do viver ou morrer. E quando divagamos sobre os psicopatas, sujeitos de persona aparentemente irretocável, que vivem num mundo onde o parecer é melhor do que ser. Fica quase impossível não julgarmos o outro; não apontarmos o dedo quando estes cometem algum deslize, como se não possuísemos a maldade em nós.
Se pensarmos bem, tantas vezes nos tornamos “o homem do ressentimento Nietzchiano”. Também os tornamos vítimas, e vitimizamos o outro para alcançar nossos objetivos. No mundo ao qual vivemos, as coisas não são tão bem definidas e separadas como nos contos de fadas, onde se é a Bruxa ou a Fada, onde ser um, exclui ser o outro. No mundo onde vivemos as coisas se misturam se afastam, se afetam. Vivemos irrevogavelmente no mundo da totalidade. Possuímos o bem e o mal dentro de nós; nos surpreendemos com nossa própria fúria; desconhecemos nossa capacidade de amar. Não nos conhecemos de fato. É porque mergulhar na nossa verdadeira essência é doloroso demais. Dói admitir nossa mesquinhez, suportar nossa mediocridade e mais do que isso. Assumir nosso lado nefasto.
E, por isso, ao depararmos com histórias esboçadas nos jornais de psicopatas, assassinos, histórias de violência explícita, podemos sentir certo prazer. Porque é bom apontar o dedo, mostrar o quão corretos somos. Apontar o dedo para o que o outro fez, apontar o dedo para as Cristianes Richthofens da vida sem enchergar que nós não fizemos o mesmo, entretanto, em algum momento da vida podemos já ter pensado em matar alguém. E o pior é saber que isso é normal, não somos psicopatas por pensar em matar alguém. Poderíamos ser considerados, ao concretizar o pensamento insano. Ver a maldade escancarada, pode aplacar a nossa realidade. É como se ao vermos o outro matar, estamos nos excluindo de ter sentimentos similares. E apontamos o dedo, porque a maldade no outro nos incomoda. E encomoda não porque somos bonzinhos, mas sim, porque é como se estivéssemos nos vendo no espelho, nos faz entrar em contato com a nossa própria maldade. Quem nunca sentiu vontade de matar alguém? Eu já.
“And I’m not sorry. It’s human nature”…

2 comentários:

  1. Recentemente eu tive vontade de matar o motorista do ônibus que eu acenei para parar e simplesmente passou sem nem olhar. Naquela hora eu me lembrei daquele filme do Michel Douglas, "Um Dia de Fúria", ah se eu tivesse uma bazuca, hehehe. Mas ai me lembrei que os passageiros que estavam dentro não tinham culpa, que saco, ai segurei minha vontade! Rs. Um abração.

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  2. RODRIGAOOOOOOOOOOOOOOOOOO,
    TE AMO DE MONTAO, VC TAMBEM FAZ PARTE DA MINHA VIDA!
    QUERO SEMPRE EVOLUIR NESTA VIDA TENDO VC COMO AMIGO DO PEITO!
    BOA SORTE EM TD NA VIDA! VC MERECE MTOS PRESENTES DA VIDA!
    BJKAS

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